29/07/2011

Série - Mercado Financeiro


Opções
A partir deste post por um período limitado, comentaremos sobre os conceitos de um produto financeiro aleatório, iniciando a série Mercado Financeiro.

Neste post trataremos sobre opções de um jeito simples e com exemplos práticos para facilitar o entendimento sobre o assunto.

Definições:

Primeiro, para se entender o que é uma opção na prática é necessário ter o conceito dos derivativos, bem claro.

Derivativos são contratos financeiros que negociam ativos objetos para entrega física, ou financeira em uma data pré-determinada, isto é, derivativo é um contrato que deriva de um ativo, chamado ativo objeto. Por exemplo, uma opção de ação, opção é o derivativo e ação o ativo objeto.

Opções são contratos financeiros onde é negociado o direito de compra ou de venda de algum ativo (ativo objeto), numa data futura por um preço pré-determinado (preço de exercício, ou strike price) e a obrigação da contraparte em comprar ou vender o ativo objeto no futuro.

Envolve a negociação de direitos (direito de exercício) e obrigações sobre um ativo objeto.

As opções podem ser negociadas no mercado de bolsa (padronizada) ou de balcão (flexíveis/não padronizadas).

Em outras palavras...imagine a seguinte situação:

Você acaba de comprar um carro e é claro que tem a intenção de imediatamente fazer um seguro para ele, afinal você quer eliminar os riscos iminentes que podem danar o seu patrimônio recém-adquirido. Então você faz o seguro e dessa forma temos um bom exemplo para tratar com mais clareza sobre o assunto. Nesse caso o carro é o ativo-objeto e a apólice de seguro é o derivativo, pois a apólice só existe para proteger o carro e tão logo só pode existir se o carro existir, isto é, se você vender seu carro imediatamente irá cancelar o seguro. Obs: Seguros não são derivativos, é apenas um exemplo!

Dentro desse exemplo, o que seria a opção?

Imagine outra situação:

Você possui o carro e um amigo seu deseja compra-lo, mas ele só tem 1 mil hoje e o restante poderá pagar daqui 30 dias. Seu amigo acredita que o carro irá se valorizar nesses 30 dias e não quer pagar mais após esse período, então propõe um acordo a você.

O carro custa hoje no mercado 30 mil, se o valor dele ultrapassar 32 mil o seu amigo poderá compra-lo por 30 mil, então ele terá o direito adquirido de comprar por 30 mil o que no mercado estará custando 32 mil e para isso ele te paga antecipadamente 1 mil, no entanto se o preço não chegar a 32 mil, ele não poderá compra-lo e terá perdido os 1 mil. Você ganha 1 mil de imediato e fica torcendo para o carro não atingir os 32 mil.

Esse exemplo acima representa o que seria a compra de uma opção de compra por parte do seu amigo e a venda de uma opção de compra por sua parte, vamos as definições.

Existem 2 tipos de opções:

Opção de compra, ou Call e opção de venda, ou Put. O investidor pode comprar Call e/ou vender Call, comprar Put e/ou vender Put. O exemplo acima trata de compra de call pelo seu amigo e venda de call por você.

Quando o investidor compra uma opção ele compra um direito de exercício e para isso paga uma quantia chamada de prêmio. Quando vende, ele adquire uma obrigação e recebe o prêmio. No nosso exemplo acima, você recebeu 1 mil de prêmio pago pelo seu amigo.

Quando compra-se uma call, compra-se um direito de exercício, ou seja, de comprar um ativo objeto a um determinado preço mais barato que no mercado. Quando se vende uma call somos a contraparte de uma compra de call, portanto devemos vender um determinado ativo objeto a um preço mais baixo que no mercado. O mesmo ocorre para a compra e venda de put, porém o mecanismo é invertido, quando eu compro uma put eu compro o direito de vender mais caro um ativo objeto do que seu preço no mercado, quando eu vendo uma put eu tenha a obrigação de comprar mais caro o ativo objeto que seu preço no mercado.

Veja o quadro abaixo:


Acompanhe nos gráficos abaixo a expectativa do investidor em relação ao movimento de preços do ativo objeto:





O quadro abaixo sintetiza a ideia:

Conclusão:

Derivativos de um modo geral servem para fazer hedge, isto é, proteção contra a oscilação de preços. Claro que existem os especuladores e os arbitradores atrás do lucro, mas isso além de dar liquidez ao mercado, faz parte do capitalismo, não fosse isso e não haveria mercado.

Um abraço a todos e não deixem de nos acompanhar.