15/07/2010

Oito anos de governo LULA



Após três tentativas mal sucedidas de assumir a presidência do país, 
Luis Inácio Lula da Silva assume o mais alto nível do poder executivo no dia 1º de Janeiro de 2003. Desde então, o que mudou?

Nas ultimas semanas uma pesquisa do Datafolha mostrou que o governo obteve 78% de aprovação dos populares, batendo mais um recorde; sendo que no nordeste este nível chega a 87%. Vamos analisar os principais feitos do governo Lula e entender se esta aprovação merece índices tão altos.

Após oito anos de FHC, Lula chega ao governo tendo que combater o grande temor do mercado externo, este temia mudanças bruscas na economia do país o que poderia afetar seus investimentos.
No dia da posse de Lula o dólar se aproximava dos $ 4,00 e o risco-país estava em torno dos 2.400 pontos, a taxa SELIC estava em 25% e diante deste cenário o governo entrou em ação com medidas que hoje podemos afirmar bem sucedidas.
Lula convocou para presidência do Banco Central o Deputado Estadual eleito pelo PSDB de Goiás Henrique Meirelles, o mercado recebeu bem esta decisão, Meirelles é bem conhecido no cenário internacional, ele foi gerente financeiro do Bank Boston. Com esta decisão Lula mostrou ao mercado que as mudanças bruscas no rumo da economia não aconteceriam.

Ao assumir o governo Lula viu diante de si uma inflação (IPCA) de dois dígitos, cerca de 12,5%. Nos sete primeiros anos de governo Lula, a inflação se manteve dentro da meta estabelecida com exceção de 2003 quando não conseguiu ficar dentro da meta de 8,5% estabelecida pelo BC, chegando a 9,30%, mas houve avanço se compararmos aos 12,5% do ano anterior. Em 2006 atingimos a menor taxa de inflação desde a implantação do regime metas em 1999, esta ficando em 3,14%. Hoje a inflação esta controlada dentro das metas estipuladas pelo BC.

O nível de emprego no país também obteve grande avanço nesses oito anos de governo, o Brasil chegou à menor taxa de desemprego desde 2002, chegando a maio de 2010 em 7,3%, menor taxa desde então. Grande parte da população pobre migrou para classe média, isto devido à geração de empregos, aumento dos salários e a distribuição do crédito, que impulsionaram a economia nesses oito anos. O salário mínimo teve um aumento de 155%, saindo de R$ 200,00 para R$ 510,00.

Podemos afirmar que houve avanço do emprego, sem duvida, mas empregos de qualidade não foram nem estão sendo gerados, mesmo ampliando nossa visão para governos anteriores podemos constatar que nesse aspecto pouca coisa mudou. O problema esta na mão de obra. Falta mão de obra qualificada e isso só será revertido no futuro, isso se as bases de educação forem mudadas agora, do contrário o cenário continuará o mesmo e pode ficar pior.

Os avanços no PIB também foram significativos, a média de crescimento entre 2002 e 2009 é de 3,55% ao ano, no governo anterior (FHC) entre 1994 e 2001 essa média ficou em 2,25% ao ano.  O primeiro trimestre de 2010 registrou crescimento de 2,7% do PIB, Em relação aos três primeiros meses de 2009, a expansão foi de 9%.

Estes foram alguns dos muitos avanços na economia, porém muita coisa ainda precisa ser feita, principalmente agora que o país vai sediar grandes eventos internacionais (Copa do Mundo e Olimpíadas), precisamos olhar um pouco mais para dentro, o Brasil enfrenta muitos problemas de infra-estrutura, somos decadentes na área de aeroportos, portos, estradas, hospedagens, etc. Todas estas áreas citadas são vitais para que um país obtenha sucesso ao sediar grandes eventos internacionais, já recebemos a Formula 1 todos os anos, mas isso não é nada se comparado a uma copa do mundo ou uma olimpíada.



O cenário internacional é muito valorizado pelo nosso governo, é só olhar para nossa taxa de juros para entender este fato, os juros reais do Brasil são um dos maiores do mundo, isso atrai investimentos internacionais visando grandes taxas de retorno. Porém nos próximos o nível da taxa de juros deve cair para impulsionar o desenvolvimento interno. Seria interessante, e acreditamos que isso ocorra, se os investimentos privados aumentassem na área de infra-estrutura, o governo precisa de apoio privado para construção de vias de transporte, já se fala em concessão de aeroportos para iniciativa privada, o que já é um avanço. Em São Paulo a linha 4 do metrô (amarela) já esta operando no nível de concessão a iniciativa privada. Se a iniciativa privada não se interessar por esse tipo de investimento, os gastos do governo nos próximos anos serão muito altos. Naturalmente os gastos irão subir, mas o apoio da iniciativa privada é fundamental.

2010, ano de eleição, os principais candidatos, Serra e Dilma, não se atrevem a mudar muito o discurso para falar em mudar o que já vem sendo feito por Lula, principalmente na economia; com Dilma ou mesmo com Serra esperamos que algum PAC seja finalmente realizado, os PAC’s, ou seja, lá qual nome vão dar aos programas de infra-estrutura  precisam ser feitos, o prazo é curto. Os investimentos feitos em infra-estrutura no governo LULA foram muitos baixos. A taxa de investimento em infra-estrutura com relação ao PIB é de apenas 0,6%.

Do Próximo governo esperamos mudanças significativas na educação, temos que olhar para o futuro, sobram pessoas, falta educação de qualidade.

Por: Economia sem Mito

3 comentários:

  1. Como disse Monteiro Lobato um país se faz de homens e livros, sem isto, seremos sempre a sombra de qualquer nãção, se o Brasil quiser crescer e se tornar realmente competitivo os nossos governantes devem investir na educação, o nosso pior problema é que para cada eleição muda as diretrizes dos eleitos, assim acredito que educação deveria ser algo primordial em todos os discursos politicos, se não começarmos logo adiaremos mais ainda nosso desenvolvimento.Investimento em eduçação é investimento de longo prazo, os resultados só serão vistos entre 10 e 20 anos, por tanto, não seria interessante para os politicos que estão em seus mandatos se preocupar com algo que não resultado em curto prazo.

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  2. A Educação parece um painel luminoso visto por
    todos, mas quem a ver de verdade são os professores em sala de aula.
    O país precisa mudar a impunidade que se alastra
    como defesa de direito e omissão de obrigação.
    Crianças e adolescentes são cidadãos com direi- to à impunidade: xingam e até matam professores.
    Sem disciplina e/ou punição exemplar, até que que se invente outra coisa, a Sala de Aula é o
    lugar da Educação, mas a continuar a impunidade, aquela continuará o lugar da bagunça
    infato-juvenil e esta um painel luminoso acionado em discurso político.

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  3. Bom panorama, isento de opinião, apenas narrativo, ideal para adolescentes e jovens que não conhecem a recente política do nosso amad Brasil. Parabéns pelo espaço!

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